segunda-feira, 28 de março de 2011

Trabalho - ASPECTOS POLÍTICOS DA REFORMA PROTESTANTE - ciências políticass


FACULDADE SEAMA

MATHEUS MONTEIRO
ANGEL SANTOS
ELLEN NASCIMENTO
LETÍCIA SANTOS
RODRIGO GATO
ADRIANO BLANC
ADRIANO NASCIMENTO
GABRIEL LUIZ
GABRIEL FONTOURA
MOISÉS FERREIRA
ELINALVA MUNIZ


ASPECTOS POLÍTICOS DA REFORMA PROTESTANTE




Trabalho apresentado à disciplina Ciências políticas e teoria geral do Estado, por alunos da turma: DIN1 como requisito parcial de avaliação, desenvolvido sob a orientação da professor Ricardo Nogueira.





INTRODUÇÃO
           
Este trabalho de pesquisa trata dos aspectos políticos presentes no contexto da Reforma Protestante.
Tal movimento foi iniciado pelo monge Martinho Lutero, na Alemanha e expandiu-se posteriormente pela Europa, como reflexo do descontentamento de uma sociedade transformada por mudanças profundas advindas do mercantilismo emergente e do movimento renascentista, que se chocavam com as práticas ainda medievais da Igreja Católica.
Superficialmente a Reforma apresenta caráter religioso. Porém, uma análise mais detalhada da sociedade da época revela que a Reforma foi movida também por interesses econômicos e políticos de uma sociedade em transformação.






















A POLÍTICA NA REFORMA PROTESTANTE

A Alemanha do século XVI, embora possuísse uma economia forte e próspera, dava sinais de enfraquecimento político ao mostrar-se fragmentada, principesca e sem chefe soberano.
Tais aspectos constituíram um ambiente propício para o surgimento de descontentamentos e dezenas de projetos de reforma política.
Aliado a isso, a Igreja envolvia-se em questões políticas, tinha necessidade de manter seus exércitos e de sustentar seus estados na Itália. Passou então a vender indulgências e outros favores a fim de garantir grandes recursos financeiros.
Essas práticas abusivas aumentaram as inquietações sociais e culminaram com a Reforma Protestante, iniciada na Alemanha, pelo monge Martinho Lutero, o qual pregava as suas 95 teses para contestar os abusos da Igreja Católica e defender o individualismo contra a autoridade externa.
            Com o intuito de preservar sua autonomia e evitar a influência política da Igreja, muitos nobres alemães aderiram à Reforma, a qual ganhou força e expandiu-se pela Europa.
            Essa ruptura provocada pela Reforma teve papel fundamental como propulsora da modernidade.

QUESTÕES ECONÔMICAS
As ideias católicas que tinham uma ligação extremamente estreita com o meio feudal se encontravam ultrapassadas com o surgimento da nova corrente econômica. A reforma representava o progresso econômico e social, servindo de válvula de escape para as ânsias da sociedade que se manteve unida contra a Igreja Romana, mas dividida quando o assunto era a ordem social estabelecida.
Segundo Karl Marx as religiões são “filhas de seu tempo”. Neste caso a reforma é filha do novo modelo econômico que estava se enraizando naquela época, o capitalismo, que visa o lucro e o juros ambos considerados usura pela Igreja Católica Romana gerando insatisfação da burguesia, classe que também emergia naquele momento. Com essa linha de pensamento, Engels escreveu em 1850:
Inclusive as chamadas guerras de religião do século XVII aconteceram, antes de tudo, por interesses materiais de classes muito concretos. Estas guerras foram lutas de classes, da mesma forma que os conflitos internos que mais tarde se produziram na França e na Inglaterra. Que estas lutas tivessem certas características religiosas, que os interesses, necessidades e reivindicações de cada uma das classes tenham sido dissimulados com uma capa religiosa, não modifica a situação em nada e se explica pelas condições da época.
 Além disso, os burgueses e os príncipes alemãs já estavam inconformados com o falso moralismo da Igreja Católica Romana quando o assunto era o juros e o lucro considerado por ela pecaminoso – o que acabava atravancando o desenvolvimento econômico -, enquanto ao mesmo tempo as vendas de indulgências por parte do clero era explicita e absurda.

QUESTÕES SOCIAIS
Nos artigos de Henri Hauser sobre a La “Rebeine” de Lyon de 1896 e sobre La Reforma y las clases populares de Francia em el siglo XVI é tocado no testemunho do embaixador veneziano Giovanni Michel que escreveu em 1561: “Até o momento, por causa do rigor dos suplícios, somente se manifestaram abertamente (como reformadas) pessoas que tem pouco a perder além da própria vida”.
Outros estudos realizados em outras cidades da Europa como as cidades hanseáticas de Stralsund e Rostock chegaram as mesmas conclusões, onde se diz que as classes baixas também tiveram papel singular no alicerçamento da Reforma Protestante, estas aspiravam com a reforma antigas reivindicações igualitárias.
Apesar das classes mais baixas estarem profundamente ligadas ao movimento reformista as classes abastadas da sociedade Europeia não estavam ausentes do processo, os burgueses também faziam parte da linha de frente da reforma e os príncipes que tinham interesses que iam de encontro com os burgueses e os proletários momentaneamente também estiveram alinhados.
A Reforma Protestante foi tão arrebatadora naquele momento, que conseguiu unir classes totalmente antagônicas e que talvez se chamadas à se juntar por uma outra causa jamais ousariam aceitar de tão distintos que eram seus interesses.
Os príncipes alemãs que representavam uma parte da ala rica da sociedade, queriam a separação de Roma interessados em se livrar das mãos eclesiásticas nas terras alemães, mas não queriam a alteração da ordem social até então estabelecida e que era a principal reivindicação da classe proletária.
Os camponeses sob a liderança de Thomas Munzer se organizam e iniciam uma rebelião reivindicando melhores condições de vida, pois viviam sob o jugo dos príncipes, Lutero com meto de um levante ainda maior, os repudia depois de os ter incitado, e recomenda que os nobres os aniquilem. Os nobres (católicos e luteranos) por sua vez organizam um exército e exterminam mais de cem mil camponeses. Engels classifica esse acontecimento da seguinte forma “a luta de classe assumiu a forma de disputa religiosa”.
Os burgueses por sua vez se encontravam sufocados nas suas belas cidades que cresciam encravadas no meio dos domínios principescos. Os burgueses tinham dinheiro, ousadia para investir seu capital, mas ficavam limitados de expandir seus negócios, pois as cidades não tinham relações diplomáticas, disputavam entre si, e principalmente, por não possuírem títulos de nobrezas não tinham autonomia politica.

A ALEMANHA NA REFORMA PROTESTANTE

POLÍTICA
A Alemanha era um país sem unidade, muitos alemãs falando dialetos semelhantes com costumes e maneiras comuns, esses alemães formam uma nação, mas uma nação sem um Estado sólido, sem um soberano. E a ausência de um soberano forte em uma Europa onde todas as decisões circundavam em torno do rei era uma situação extremamente crítica.
Aquela nação tinha apenas um imperador, um Imperador pobre e as vezes um pobre imperador. Em uma época que se revelava o valor do dinheiro, o Imperador como tal era um indigente. Vendo o soberano nestas circunstâncias os príncipes se viam livres, pois tinham sobre o Imperador grande superioridade, pois não tinham políticas internacionais a seguir, ao inverso do Imperador que deviam obrigações a Roma.
Apenas uma coisa preocupava os príncipes: a fortuna e a riqueza de sua dinastia. No final do século XVI, vários deles dedicavam-se a constituir Estados sólidos, ou ao menos, menos retalhados do que no passado. Não tendo um chefe soberano neste momento a Alemanha andava em direção a uma Alemanha principesca, com oito ou dez chefes regionais. Acima deles, havia o imperador ao qual se negavam dar mais poder visto que custaria dinheiro e sua autonomia.
Mas ao lado dos príncipes, andava um outro incômodo as cidades alemãs que no inicio do século XVI eram cerca de vinte, todas esplendorosas. Cada cidade possuía sua independência, suas próprias instituições, indústrias, artes, hábitos e uma prosperidade extraordinária alimentada pela robustez impecável da burguesia nascente.
O grande problema das cidades era que elas estavam implantadas no meio dos territórios principescos e isso limitava sua expansão, impedindo o seu fortalecimento. Sem poder se federalizar porque inexistia uma unidade administrativa os burgueses que sustentação a sua autonomia não possuíam poder político para fazê-lo
Postas nessa situação, para que serviriam os recursos das cidades? Iam para suas muralhas, para suas artilharias, para as missões diplomáticas, para os correios. Cidades livres pagavam caro pela sua liberdade. E apesar de todo o sacrifício ainda ficavam a mercê dos príncipes que impediam o tráfego de mercadorias e a mercê da cidade rival que podia romper seus acordos e ataca-la a qualquer momento.
“Fraqueza sob a aparência de prosperidade; surpreendente fraqueza política contrastando com tamanho poder econômico”.
As soluções para todos os impasses políticos da Alemanha, não se tinha em vista. Aumentar o poder dos Imperadores, nem pensar, ambas não queria, custaria caro para as cidades, e custaria a liberdade dos príncipes. Talvez a criação de um presidente honorífico, mas com a preeminência de que ninguém conseguiria distinguir-se de ninguém, ou seja dominar.

SOCIEDADE
Descontente com os insucessos de sucessivos planos de organização social a opinião pública passou o clamar por uma reforma religiosa. Ao imperador só restava o papel de representar as concepções de chefe temporal da cristandade. Os burgueses e os camponeses: só pagavam e não gostavam e ainda tinham de ouvir discussões sobre sua  fé. E os príncipes e nobres olhavam com cobiça as terras da Igreja, estes cada um em sua casa tinha para seu filho mais novo o seu arcebispado, na tentativa de assegurar a sua propriedade hereditária e dinástica.
Apesar de todos os esforços as negociações com Roma tinham fracassado, apesar de todas as conversações apenas tinham conseguido pôr às claras a má vontade da cúria. A opinião pública começava a ficar inquieta e tensa.  A insatisfação social já passava a ser tão grande dentro da Alemanha que se transformava em xenofobia.
Lutero, uma vez que transporta a barreira não regride nos seus interesses. “Nenhuma nação é mais desprezada do que a alemã! A Itália chama-nos animais; a França, a Inglaterra zombam de nós; todos os outros igualmente!”. Discurso repetido por Hitler depois da primeira guerra.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A análise do contexto histórico no qual a Reforma Protestante está inserida revela uma sociedade necessitada de mudanças em sua estrutura, em decorrência do surgimento de novas correntes de pensamentos voltadas aos interesses capitalistas. Nessa perspectiva, a Reforma representa uma ruptura com o pensamento medieval para o advento da modernidade e do capitalismo nascente.          


REFERÊNCIAS

MARQUES, Farias Berutti. História Moderna através de textos. 5ª edição, São Paulo, 1997.
http:bvbv.hpg.ig.com.br/biblioteca.html 14/03/2011


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